O perfeito pode criar o imperfeito?

by - agosto 28, 2013


                      Perfeito X Imperfeito


Deus é perfeito? Sua criação é imperfeita? Esse é o tema da técnica de hoje, que é apenas um truque lógico. Embora a ideia de “Deus” como um ser perfeito venha desde Aristóteles, penso que o primeiro a propor uma contradição entre a criação e o criador nesses termos específicos veio muito tempo depois do filósofo grego.  Argumento esse que é muito repetido hoje por neo-ateus em debates. Basicamente, ele vai na seguinte linha: 


“Se Deus é perfeito, então não poderia ter criados seres humanos imperfeitos”.


A reclamação do neo-ateu também pode vir das seguintes maneiras (que são mais comuns): “Pode uma máquina dita perfeitíssima produzir produtos imperfeitos?” ou “Um ser perfeito NÃO pode produzir seres imperfeitos. Portanto Deus não existe”. A primeira correção que temos que fazer é a seguinte: ao contrário de uma máquina, Deus é descrito como um ser pessoal. Isto é: ele age com vontade e com uma causa final (ou intencionalidade) em suas  ações. A máquina funciona na situação oposta. Ela é simplesmente ligada e obedece a um padrão determinado no seu design. (Sem falar que é até mesmo difícil conceber uma máquina, que é, por definição, parte do grupo dos objetos provenientes da tecnologia humana, como perfeita, mas entendo que era só uma analogia).

O que faz essa diferença tão importante para a análise dessa técnica? Bem, admitindo que os seres humanos são “imperfeitos”, a intencionalidade da produção faz toda a diferença. Assim como na versão do Problema do Mal, para derrubar o problema lógico do “Perfeito contra o Imperfeito”, basta adicionar uma terceira premissa ao argumento original: “O Perfeito pode produzir o Imperfeito, desde que tenha razões morais suficientes para fazer isso” (o que não se aplicaria, é óbvio, a seres impessoais que agem sem intencionalidade e que não podem ter razão moral alguma em suas ações). Na verdade, só essa observação já serve para acabar com o estratagema. A mera possibilidade de uma terceira via já acaba com a necessidade lógica (“NÃO pode”) de uma contradição e voltamos a uma situação onde o perfeito poderia produzir o imperfeito. É difícil avaliar qual seria essa razão com certeza, pois estamos em uma situação epistêmica bem diferente daquela que seria experimentada por Deus. Enquanto ele tem uma visão geral da história, nós temos uma visão limitada a nossa finitude espaço-temporal. Como disse Alvin Plantinga, sendo nós seres desse tipo (limitados), seria absurdo achar que “Toda vez que Deus possuir um motivo P para fazer algo, nós obrigatoriamente teríamos que conhecer P. Não é o caso, justamente pela nossa limitação.

Dito isso, nós podemos oferecer algumas razões para que isso aconteça? É claro que sim.
Se adotarmos uma visão essencialista dos conceitos morais (ou seja, os valores morais fazem PARTE da natureza de Deus e ele deve agir conforme eles – ver mais aqui eaqui), então o mais moral para Deus poderia ser apenas criar um mundo onde as criaturas tivessem livre-arbítrio, o que implica na capacidade de fazer e tomar decisões erradas, incluindo tudo que possa ser considerado uma “imperfeição” e o caminho do mal. Criar seres humanos sem um verdadeiro livre-arbítrio, que acaba se relacionando com a imperfeição, não seria moral para Deus e por isso eles nos criou “imperfeitos”. Poderíamos complementar, ainda, dizendo que é possível que seja o caso de que Deus criou os seres humanos com o objetivo de fazer o maior número possível deles virlivremente até ele. E os seres humanos foram criados com o grau de imperfeição certo para um produzir um estado terreno maximamente balanceado com o maior número de pessoas livremente salvas possível e o menor número de pessoas livremente perdidas possível. Se Ele tem que nos dar livre-arbítrio para realmente fazer uma escolha entre ficar com ele ou não, pode ser que a nossa imperfeição seja uma maneira que Deus tenha utilizado para que o maior número de pessoas livremente o aceite. E, assim, a “imperfeição” seria justificável.

Os dois motivos podem ser considerados racionais e, no mínimo, coerentes com a teologia cristã mais clássica. Considerando-os, é possível pensar que a objeção original já foi refutada. Finalizando, algo muito importante: Mesmo se não fôssemos capaz de adicionar a possibilidade de uma terceira via (ou de dizer quais poderiam ser elas) para vencer o “problema lógico” do ser perfeito, isso significaria que teríamos que simplesmente jogar fora todo o caso filosófico a favor do teísmo fora? Não. No máximo, teríamos que tirar a definição de “perfeito” conforme a entendemos. Mas nem por isso daí saltamos para a inexistência de um ser pessoal, transcendental e necessário como vário dos outros argumentos indicam.

Conclusão e considerações finais:

Parece-me que, às vezes, muitas pessoas adotam uma posição de extrema cautela mesmo frente a vários e vários argumentos que possuem defesas fortes e sólidas para o teísmo (como o da Causa Primária, o Cosmológico, o da Contingência, o da sintonia fina, o Argumento da Moral Objetiva, o Argumento Ontológico de Alvin Plantinga, etc) do tipo: “Realmente não sei como refutar, mas não deveríamos tomar uma decisão só por termos todos esses argumentos”. Mas quando se é encontrada uma, digamos, "contradição" em um atributo periférico de Deus, essa mesma pessoa já pula da mesa e grita definitivamente: “Aha! Deus não existe!” De qualquer forma, a ideia de que a suposta imperfeição da criação possa possuir um motivo maior (seja na própria essência divina, seja um objetivo futuro que dependa dele ou até mesmo outro motivo que não fomos capazes de citar ainda) derruba esse truque lógico. Sejamos firmes coerentes com nossas afirmações: O perfeito pode perfeitamente criar o imperfeito, desde que tenha razões suficientes para isso.
Referências:

https://projetoquebrandooencantodoneoateismo.wordpress.com/

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12 comentários

  1. Passei esse seu artigo para um amigo ateu, ele me mandou esta objeção:

    “A verdade é que não sabemos se um deus perfeito seria capaz de criar algo imperfeito. Sabemos que seres humanos extremamente habilidosos podem, por algum motivo, criar coisas imperfeitas. Mas quanto a humanos, podemos inferir isso pois temos a experiência ao nosso lado. Quanto a divindades, não temos a experiência e, ao menos em princípio, qualquer característica que tentemos inferir sobre eles, devem se ajustar exatamente aos efeitos dos quais inferimos. Se temos um Universo que não é perfeito, não precisamos de uma divindade perfeita para criá-lo, logo, não podemos inferir dos efeitos uma divindade causadora perfeita - seria extrapolar as características dos efeitos. Porém, como tanto o Universo (o efeito) e divindade(s) (suposta causa) são extremamente singulares, não é possível inferir com relativa segurança qualquer relação de causalidade, razão ou motivo entre eles.

    Outra questão é que não temos experiência de nenhum ser dotado de vontade e intencionalidade que não sofra influência de um "padrão determinado no seu design". E também pela experiência, sabemos que não é preciso vontade e intencionalidade para produzir o que chamamos de "design". Há muitos animais e plantas que produzem "design" simplesmente obedecendo a "um padrão determinado no seu design". E tal "design" fonte que determina o design fenotípico pode muito bem surgir de processos naturais como a seleção natural, a qual não possui nem vontade nem intencionalidade.


    Se aceitarmos que o que chamamos de "design" não precisa de intencionalidade e vontade para surgir, não poderemos com bases racionais escolher entre as proposições de que a divindade possua vontade e intencionalidade ou que a divindade seja um robô que segue padrões - ambas podem ser consideradas igualmente plausíveis ao observarmos os efeitos.”

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    1. Nossa, que boçalidade. Já é possível descartar o argumento somente lendo a primeira linha: “A verdade é que não sabemos se um deus perfeito seria capaz de criar algo imperfeito." Um ser perfeito não é como uma máquina que reproduz cópias perfeitas, justamente por ser um ser pessoal (somente o pessoal pode criar a personalidade). As características inferidas sobre Deus são LOGICAMENTE DEDUZIDAS.

      " Se temos um Universo que não é perfeito, não precisamos de uma divindade perfeita para criá-lo, logo, não podemos inferir dos efeitos uma divindade causadora perfeita - seria extrapolar as características dos efeitos."

      - Logo, ele se auto-criou? Mais uma vez, ele ignora que a causa foi DEDUZIDA ATRAVÉS DA LÓGICA. Ninguém postulou Deus no argumento, a lógica simplesmente aponta para uma causa cujas características só são entendíveis sob o escopo de Deus. Basicamente, o que o ateu faz é negar, negar, negar, e sem provas contrárias.

      "Outra questão é que não temos experiência de nenhum ser dotado de vontade e intencionalidade que não sofra influência de um "padrão determinado no seu design". E também pela experiência, sabemos que não é preciso vontade e intencionalidade para produzir o que chamamos de "design". Há muitos animais e plantas que produzem "design" simplesmente obedecendo a "um padrão determinado no seu design". E tal "design" fonte que determina o design fenotípico pode muito bem surgir de processos naturais como a seleção natural, a qual não possui nem vontade nem intencionalidade."

      - Produzir design? Que loucura é essa? Os animais e as plantas apenas REPRODUZEM. O que há na natureza é simplesmente adaptação e sucesso reprodutivo diferenciado, nada mais. Isso não tem relação alguma com origem da vida ou de design. Falta muito estudo.

      É preciso intencionalidade para ORIGINAR algo, pois, aliado ao princípio da razão suficiente, ex nihilo, nihil fit. São princípios lógicos e metafísicos básicos. Este foi um dos piores argumentos que já vi. Sugiro, por fim, que leia algumas postagens mais antigas do blog, pois muitas das questões respondidas aqui estão presentes no mesmo. Boa tarde!

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    2. Seria interessante também dar uma lida no argumento ontológico de Alvin Plantinga, para melhor compreensão das características de Deus, tal como maximamente grande: http://razaoemquestao.blogspot.com.br/2013/08/o-argumento-ontologico-modal-de-alvin.html

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    3. Passei essa sua resposta pra ele, ele me respondeu o seguinte:

      "Um ser perfeito não é como uma máquina que reproduz cópias perfeitas".

      Como você sabe? Já teve experiência com algum ser pessoal "perfeito"? E o que vem a ser um ser pessoal "perfeito"? Pode, ao menos, existir algo que possamos chamar de pessoa e ao mesmo tempo "perfeito"? Toda a ideia que temos de intencionalidade e vontade envolvem alguma medida do que chamaríamos de imperfeição - como por exemplo o desconhecimento, ou conhecimento parcial. Como um ser que possui todo o conhecimento, está em todo o lugar e possui todo o poder não poderia de forma alguma ser definido como uma máquina? Máquinas bem programadas chegam mais perto de uma suposta perfeição do que seres humanos.

      "somente o pessoal pode criar a personalidade"

      Em que sentido? Só seres pessoais podem criar coisas que espelhem sua personalidade? Já argumentei que não é o caso com animais destituídos de intencionalidade que produzem objetos que poderíamos atribuir personalidade. Ou você está se referindo que seres pessoais só podem ser obra de um ser pessoal? Pode demonstrar isso?

      "As características inferidas sobre Deus são LOGICAMENTE DEDUZIDAS"

      São inferidas de deduções lógicas? Piorou a situação. Pode explicar melhor? Como se infere algo referente a questões de fato de deduções lógicas? Se fecharmos os olhos para os efeitos que nos são aparentes, como poderíamos decidir entre a proposição de que deus deve ter todo o conhecimento e a proposição de que deus deve ter apenas o conhecimento necessário para agir coerentemente? Qual é a lógica "self-evident" por trás da indução de características divinas como a onisciência, ou a onipotência ou a onipresença?

      "- Logo, você se auto-criou? Mais uma vez, você ignora que a causa foi DEDUZIDA ATRAVÉS DA LÓGICA. Ninguém postulou Deus no argumento, a lógica simplesmente aponta para uma causa cujas características só são entendíveis sob o escopo de Deus."

      Parece que você não entendeu o meu argumento, pois sua conclusão não deriva logicamente do mesmo. Entenda de uma vez o meu argumento: VOCÊ NÃO PODE PRODUZIR CONHECIMENTO INTUITIVO E DEMOSTRATIVAMENTE CERTO SOBRE QUESTÕES DE FATO POR DEDUÇÃO LÓGICA. TODO O NOSSO CONHECIMENTO SOBRE QUESTÕES DE FATO ADVÉM DA EXPERIÊNCIA. DE MODO QUE, SE DEUS É UM FATO, VOCÊ SÓ PODE INFERI-LO - E SUAS QUALIDADES - DOS EFEITOS QUE NOS SÃO APARENTES - QUE PODEMOS EXPERIMENTAR. SE NÃO TIVÉSSEMOS UM UNIVERSO, NÃO PODERÍAMOS ARGUMENTAR SEGURAMENTE, POR DEDUÇÃO LÓGICA, QUE ELE PODE CRIAR UM UNIVERSO. AS PROPOSIÇÕES QUE DEUS PODE CRIAR UM UNIVERSO E QUE DEUS NÃO PODE CRIAR UM UNIVERSO NÃO IMPLICAM EM CONTRADIÇÃO LÓGICA - VOCÊ PODE IMAGINAR AS DUAS POSSIBILIDADES - A MENTE PODE CONCEBÊ-LAS DE MODO DISTINTO. JÁ NO CASO DAS RELAÇÕES É DIFERENTE. "A PROPOSIÇÃO O QUADRADO DA HIPOTENUSA É IGUAL À SOMA DOS QUADRADOS DOS CATETOS EXPRESSA UMA RELAÇÃO ENTRE ESSAS FIGURAS. TRÊS VEZES CINCO É IGUAL À METADE DE TRINTA EXPRESSA UMA RELAÇÃO ENTRE ESSES NÚMEROS. PROPOSIÇÕES DESSA ESPÉCIE PODEM SER DESCOBERTAS PELA MERA OPERAÇÃO DO PENSAMENTO E INDEPENDEM DA EXISTÊNCIA DE ALGO EM QUALQUER LUGAR DO UNIVERSO. MESMO QUE NUNCA HOUVESSE EXISTIDO UM CÍRCULO OU TRIÂNGULO NA NATUREZA, AS VERDADES DEMONSTRADAS POR EUCLIDES PERMANECERIAM CERTAS E EVIDENTES".

      Obs.: Utilizei a caixa alta não como forma de "grito", mas como forma de ênfase, na falta do negrito.

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    4. Você se referiu a certas características, mas que características são estas? Suponho que sejam as características do Universo, que nos são perceptíveis. Dessa forma você admite que não é uma dedução a priori, mas uma inferência das características perceptíveis do Universo. Ou seja, pelas características do Universo você inferiu uma causa (raciocínio indutivo), e essa causa só pode ser deus, pois só deus possui tais características (o que seria um argumento circular). Mas como você inferiu, observando as características presentes no Universo, a característica da onipotência, onisciência, onipresença?

      "- Produzir design? Que loucura é essa? Os animais e as plantas apenas REPRODUZEM. O que há na natureza é simplesmente adaptação e sucesso reprodutivo diferenciado, nada mais. Isso não tem relação alguma com origem da vida ou de design. "

      O que quero dizer não é que tais criaturas produzem por si mesmas tais formas que podem ser RECONHECIDAS por humanos como "design". Em um sentido mais estrito, tais criaturas REPRODUZEM o que podemos reconhecer como design sem intencionalidade e vontade pois estão apenas reproduzindo o que está determinado em seu código genético. A casa do João de Barro, por exemplo, não é construída com um conhecimento que ele adquiriu pela experiência; e suas dimensões nada tem a ver com sua vontade ou criatividade. O que realmente PRODUZIRIA o que reconheceríamos como "design" seria a seleção natural - que também não possui propósito, nem intencionalidade, como se fosse um ser pessoal. Mas quando não sabemos o que produz tal sensação de "design", a mente humana naturalmente atribui ao ser.

      "É preciso intencionalidade para ORIGINAR algo".

      Então uma nucleossíntese acontece por intencionalidade, ao dar origem a, por exemplo, o carbono? Qual o sentido de originar que você pretende?

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    5. Não estou defendendo que seja logicamente impossível que uma divindade criadora tenha dado origem a todas as coisas, meu argumento é simplesmente que não poderíamos inferir tal divindade teologicamente complexa pela indução dos efeitos que nos são presentes. Recomendo que você leia o livro de David Hume, Investigação sobre o entendimento humano, para ter uma exposição mais detalhada do argumento. Para começarem as formulações e especulações sobre qualquer divindade, acho indispensável lidar antes com os argumentos presentes nesta obra.

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  2. Deus não é uma máquina justamente por ser PESSOAL. Até mesmo uma criança de 5 anos entende isso. Uma máquina reproduz cópias, já um ser pessoal, dotado de INTENCIONALIDADE, pode fazer o que bem entender. Ele já ouviu falar em Descartes? Deus como ser perfeito não se evidencia através da experiência, isso é ignorância. Descartes já dizia que a ideia de perfeição vem da RAZÃO. Novamente, peço que leia o argumento ontológico modal de Alvin Plantinga para compreender melhor esse conceito. Seguindo, Você confundiu PESSOA e PESSOALIDADE, o que além de caracterizar falácia de homonímia sutil, é, novamente, ignorância.

    O termo “Pessoa” é, antes de tudo, um conceito biológico referente ao gênero Homo, basicamente é sinônimo de ser humano. Já a sentença PESSOALIDADE é a QUALIDADE daquilo que é PESSOAL, em outras palavras, refere-se ESTRITAMENTE à personalidade.

    Intencionalidade e vontade nada tem a ver com imperfeição, mais uma vez, ignorância. O ateu se auto-refuta: “Máquinas bem programadas chegam mais perto de uma suposta perfeição do que seres humanos.” Em tempo: máquinas requerem programadores/construtores. Deus como causa primária não pode ser programado ou construído. Ele é, dito isso, um ser pessoal dotado de intencionalidade e vontade.
    Sim, somente o pessoal pode criar a personalidade. Personalidade é o conjunto de características que determinam os padrões de PENSAR, SENTIR E AGIR: Cognição, vontade e intencionalidade. A personalidade em si só pode ter sido criada pelo pessoal, pois a única maneira de se ter uma causa eterna (Deus) e um efeito temporal (Universo) é se a causa for um AGENTE PESSOAL que LIVREMENTE ESCOLHE CRIAR UM EFEITO NO TEMPO. Essa é uma conclusão lógico-dedutiva. Está aí a demonstração. Com relação às inferências da causa de Deus, LEIA E COMENTE: http://razaoemquestao.blogspot.com.br/2013/08/prima-em-questao-deus-existe.html.

    “VOCÊ NÃO PODE PRODUZIR CONHECIMENTO INTUITIVO E DEMOSTRATIVAMENTE CERTO SOBRE QUESTÕES DE FATO POR DEDUÇÃO LÓGICA. TODO O NOSSO CONHECIMENTO SOBRE QUESTÕES DE FATO ADVÉM DA EXPERIÊNCIA.” Parabéns, se superou. Primeiro CRASSO erro: No argumento cosmológico Kalam, por exemplo, que é um argumento DEDUTIVO, é possível produzir conhecimento DEMONSTRATIVAMENTE CERTO: 1- Tudo o que começa a existir tem uma causa (Experiência pessoal). / 2 – O Universo começou a existir (Evidência empírica). / 3 – Logo, o universo tem uma causa (Conclusão necessariamente verdadeira). Sinta-se à vontade para negar uma das premissas. Segundo erro crasso: “TODO O NOSSO CONHECIMENTO SOBRE QUESTÕES DE FATO ADVÉM DA EXPERIÊNCIA”. Errou rude. Existem várias verdades que aceitamos racionalmente e que o empirismo não é capaz de provar: Verdades lógicas e matemáticas, verdades metafísicas (existem outras mentes além da minha), crenças éticas sobre opiniões de valor, julgamentos estéticos, e, por último, pra você rir comigo, a sua própria afirmação: Você pode provar, através da experiência (empirismo) que todo o nosso conhecimento sobre questões de fato advém da experiência (empirismo)? Óbvio que não! Percebeu a loucura do seu argumento? Com relação à última parte do seu argumento, é confuso e sem lógica. Por falar em lógica, é ela que estrutura a razão. Verdades lógicas são necessárias.

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    1. Mais uma vez, para compreender as características de Deus, leia o argumento cosmológico Kalam, pois é um argumento DEDUTIVO. Falta entendimento de filosofia. Nos exemplos da intencionalidade, você utilizou a palavra correta: REPRODUZIR. Se o João-de-Barro tiver toda uma sorte no que concerne às formas de construção do ninho e ele optar livremente por uma maneira, logo há intencionalidade, caso ele não possa optar livremente, mas sim determinantemente, logo é reprodução padronizada e não produção. “Então uma nucleossíntese acontece por intencionalidade, ao dar origem a, por exemplo, o carbono? Qual o sentido de originar que você pretende?” Obviamente não, pois não é um ente consciente. O sentido de originar que eu utilizei refere-se ao ato de criar, fazer acontecer. O exemplo do efeito temporal oriundo de uma causa atemporal exemplifica isso. Esse é o sentido que utilizei. Poderia ter sido atemporal, mas não o foi. Por que? Porque houve intencionalidade de submergir a criação no tempo. Mais uma vez você demonstra irracionalidade ao tratar as causas inferidas como induções e frutos de teologia, quando são, na verdade, DEDUÇÕES e frutos da LÓGICA, não são meras especulações. Realmente, falta-te noção de lógica e filosofia.

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  3. Estuda filosofia também, Andrei Santos?

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  4. Só Deus é perfeito e esta realidade foi fundamentada para existir sobre leis como gravidade, eletromagnetismo, tempo, leis quanticas. Um ser vivo para existir tem que passar por fundamentos desta existência, como a evolução apartir da materia inanimada, como o seu funcionamento com base na obtenção de energia, no caso alimento, oxigênio e água, e sua degradação pelo tempo, por isto somos imperfeitos, por prescisar de condições para existir. Deus não prescisa de alimento, agua ou oxigênio, nem prescisa de mãos, olhos ou boca, como nem tem a morte como limite. No meu conceito Deus usou o que tinha nesta realidade para formar a vida, sobre os limites desta realidade, para formar seres em evolução tentando chegar a perfeição, que é a evolução da consciência. Enquanto prescisarmos respirar para viver, comer para repor as energias e sermos degradados pelo tempo, seremos imperfeitos. Não se engane continuamos evoluindo, tudo esta em movimento.

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  5. Aberração da Aberração, jogos de palavras que não chega a lugar algum, por isso auto se denominou neo-ateu. Não se pode basear uma discussão milenar partindo do principio do que 'eu acho" achismo nunca foi encontrado, e não merece muita atenção. Creio que precisa estudar um pouco mais sobre, antropologia, psicologia.... e outras ciências do conhecimento para se defender uma tese com base em argumentos que sejam relevantes em todas as esferas da sociedade e principalmente daqueles que realmente sabem, entendem e compreendem o que estão discutindo. O Ateu estudioso é diferente do ateu atoa,.....

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