Da série, Crimes do Comunismo: Holodomor: O genocídio da fome.
Holodomor:
O genocídio da fome
Esta é a segunda postagem da série Crimes do comunismo. Hoje iremos cutucar
a ferida ainda aberta da dor provocada pelo comunismo na humanidade no que
ficou conhecido como o Holodomor. É preciso abrir os olhos e a mente
para aquilo que foi um dos maiores e mais covardes massacres já praticados pelo
homem aos seus semelhantes. Confesso que me emocionei enquanto escrevia este
post, principalmente por fazer uso da incrível capacidade do ser humano de se
colocar no lugar do próximo, habilidade essa, que poucas vezes vê-se utilizada
hoje em dia. É chegada a hora de olhar para as feridas presentes na carne da
humanidade, ainda abertas, e que ainda sangram quando provocadas. Este é um
capítulo do livro da humanidade que deve ser lido e relido até entendermos o
porquê de seu desfecho. Até aonde o ser humano está disposto a ir em busca do
poder? Este capítulo deve ser mantido vivo na memória de todos nós, para então,
preservarmos não só a verdadeira, melancólica, negra e triste história da humanidade, mas também a lembrança daqueles que foram arrasados por este
genocídio vermelho.
Holodomor (em ucraniano: Голодомор) é o nome
atribuído à fome de caráter genocidário, que devastou principalmente o
território da República Socialista Soviética da Ucrânia (antiga
integrante da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), durante os
anos de 1932 - 1933. O termo Holodomor deriva da expressão
ucraniana Морити голодом (moryty gholodom), tendo como raíz
etimológica as palavras holod (fome) e moryty (matar
através de privações, esfaimar), significando por isso "matar
pela fome".
Crianças vítimas do Holodomor. |
Hoje,
meus amigos, vos conto uma historia: No início da década de 1930, Stalin
decidiu aplicar uma nova política para a URSS, através da transformação radical
e acelerada das suas estruturas econômicas e sociais. Essa mudança visava os
seguintes objetivos:
(1) A coletivização da agricultura, ou seja, a
apropriação pelo Estado soviético das terras, colheitas, gado e alfaias
pertencentes aos camponeses. Dessa forma, o Estado passaria a estabelecer
planos de coleta para a produção agropecuária, que lhe permitiam de modo
regular e quase gratuito, abastecer as cidades e as forças armadas, bem como
exportar para o estrangeiro.
(2) A industrialização acelerada da União Soviética, com base nas receitas
financeiras obtidas através da exportação dos produtos agrícolas, sobretudo dos
cereais. O processo de coletivização acelerada da agricultura e de "liquidação
dos kulaks(camponeses ricos) enquanto classe", desencadeado por
decisão do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, em Dezembro
de 1929, teve consequências trágicas para milhões de pessoas. A coletivização
foi sentida como uma verdadeira guerra declarada pelo Estado contra o
modo de vida e a cultura camponesa tradicionais. Os camponeses (82% da
população soviética), depois de serem obrigados, através de todo o tipo de
abusos e violências, a entregar os bens, foram forçados a aderir às explorações
agrícolas coletivas ou estatais. Estas destinavam-se a abastecer, de forma
regular e quase gratuita, o Estado com produtos agrícolas e pecuárias, através
de planos de coleta fixados pelas autoridades centrais.
Corpos de vítimas do Holodomor. |
Com base
na acusação arbitrária de pertencerem à categoria dos kulaks, os
"socialmente estranhos" ao novo sistema agrícola imposto, são desterrados
a título definitivo para outras regiões, principalmente para o Cazaquistão
e a Sibéria. Por outro lado, as operações de deportação visavam fornecer os
recursos humanos necessários à colonização e exploração das imensas riquezas
naturais, existentes nesses territórios desabitados. No total, foram
deportadas cerca de 2,8 milhões de pessoas. No entanto, em muitos casos,
as vítimas da repressão foram simplesmente abandonadas nesses territórios
distantes e inóspitos. Em consequência disso, aproximadamente 500 mil deportados,
entre os quais muitas crianças, morreram devido ao frio, à fome e ao
trabalho extenuante.
Corpo de uma vítima em meio às pessoas durante o Holodomor. |
A partir
de 1931, com o perfeito conhecimento das autoridades, as crescentes
dificuldades alimentares começam a provocar a morte de centenas de milhares
de pessoas, em várias regiões da União Soviética. Na Ucrânia e em outras
regiões, a partir da Primavera de 1932, assistiu-se ao alastramento da fome e
ao êxodo dos camponeses em direção às cidades, suscitando a preocupação das
autoridades, nomeadamente dos dirigentes de várias repúblicas. Mas entre Julho
e Agosto de 1932, Stalin concebeu uma nova análise da situação na Ucrânia e das
suas causas, expressa a 11 de Agosto, numa carta endereçada a Kaganovitch:
"A Ucrânia é hoje em dia a principal questão, estando o partido, o
Estado e mesmo os órgãos da polícia política da república, infestados de
agentes nacionalistas e de espiões polacos , correndo-se o risco de se perder a
Ucrânia, uma Ucrânia que, pelo contrário, é preciso transformar numa fortaleza
bolchevique sem olhar a custos."
Mulher caminha em meio aos corpos durante o Holodomor. |
Com o seu
cortejo de violências, de torturas e de chacinas pela fome, o Holodomor
constituiu uma enorme regressão civilizacional. Assistiu-se à proliferação de
déspotas locais, dispostos a tudo, para extorquir aos camponeses as suas
escassas reservas alimentares e à banalização da barbárie, que se traduziu em
rusgas, abusos de autoridade, banditismo, abandono infantil, "barracas da
morte", canibalismo e agravamento das tensões entre a população rural e a
população urbana. A "arma da fome" esmagou a resistência
camponesa, garantindo a vitória de Stalin e do seu regime totalitário. A partir
daí, abriu-se o caminho para a vaga de terror de 1937-1938 (O Grande
Terror), que transformou o estado federal soviético num império
despótico, através da submissão da segunda república mais importante; deixou um
legado de dor em numerosas famílias que nunca tiveram direito a expressar o
luto, porque a fome se converteu em um segredo de Estado. Em toda a humanidade,
as suas marcas físicas e psicológicas foram incrivelmente profundas e
traumatizantes. O saldo estarrecedor de mortos por esta tentativa de impor o
comunismo? De 10 a 20 milhões de mortos. Para
finalizar mais este capítulo negro no livro da humanidade, vos deixo um
depoimento emocionado de um sobrevivente do Holodomor:
"Há um momento, o qual me perturba. Alguns diziam que era uma colheita
fracassada. Isso não é verdade. A colheita era muito boa, e os grãos, os
trigos, eram lindos. Então, eles os levaram para o ascensor e nada mais restou
da fazenda coletiva. Chegou um momento em que nós não tínhamos nada. Então, eu
e meu irmão fomos para os campos, porque era uma pequena cidade rodeada por
campos, e na primavera fomos aos campos, onde a neve tinha derretido e as pequenas
pilhas de grãos que os ratos haviam coletado durante o inverno. Então,
desmontávamos os seus ninhos, levávamos os grãos, colocávamos em um saco e
levávamos para casa, para enfim secá-los e moê-los. Havia todos os tipos de
grãos lá, gramíneas e, algumas vezes, um talo de trigo, que eles escondiam para
o inverno. Então, você poderia dizer que nós éramos ladrões que roubaram estes
ratos. Nós trazíamos os grãos para casa, limpava-nos e, em seguida, moíamos.
Mais tarde, minha mãe faria mingau ou sopa a partir dele, algo assim. A única
razão pela qual nós sobrevivemos foi por causa do meu pai, eu acho, e o que
restava da fazenda coletiva. Porque depois você não podia deixar a fazenda
coletiva. Você tinha que ter a permissão do chefe da aldeia e da fazenda
coletiva. E eles não lhe dariam o certificado, porque eles diziam que
precisavam de trabalhadores. Então as pessoas não podiam deixar a vila. Mas o
meu pai tinha deixado mais cedo, antes desta lei. E é assim que nós fomos
salvos. Nós estávamos com fome, eu tinha as pernas inchadas assim como meus
olhos, mas de alguma forma, sobrevivemos. O irmão do meu pai morreu, e irmã de
meu pai também."
Vasyl
Dudka
Dedico esta postagem em memória das almas ceifadas pelo Holodomor, que merecem ser lembradas por toda a eternidade.
Fontes: O
Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror, Repressão;
http://sharethestory.ca/.
9 comentários
Fiquei emocionado com a história e o assunto abordado nesta postegem. Sem dúvida a capacidade de se colocar no lugar do próximo nos faz amadurecer como ser humano. Admito que as imagens são extremamente chocantes, principalmentes as que tem crianças. Obrigado por compartilhar. Nunca vi o comunismo com bons olhos, agora vou olhar muito menos. Obrigado pela postagem disponibilizada!
ResponderExcluirDe fato as imagens são chocantes. É um tema muito sensível de lidar. Agradeço a leitura! Um grande abraço!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCOMUNISMO NUNCA MAIS!
ResponderExcluirESSA MERDA SERÁ VARRIDA DO PLANETA!
AMÉM!
COMUNISMO É UMA GRANDE MENTIRA, É GENOCIDA.
ResponderExcluirE VAI SER VARRIDO DO PLANETA, AMÉM!
E ainda existem pessoas que dizem que esse crime foi uma farsa! Contra fatos não tem mentiras!
ResponderExcluirO livro negro do capitalismo é viável?
ResponderExcluirNão, é apenas uma tentativa de resposta falha por parte de alguns entusiastas do socialismo.
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