As falácias mais comuns em debates

by - setembro 17, 2013



5 modos rápidos de se identificar uma fraude intelectual em um debate

1- Abuso de self-selling pessoal e grupal: Sempre suspeite quando alguém propuser evidências anedotais como “A diferença é que eu penso logicamente…”, “Eu aceito as evidências…”, “Eu penso ceticamente”, “Os ateus pensam assim…” ou ainda promessas utópicas como  “O mundo terá mais paz com o ateísmo”. O que há de comum a todas essas alegações? São “carteiraços” dados para ganhar vantagem no debate. Imagine que duas pessoas estão discutindo a libertação de um preso. Uma delas apresenta vários argumentos e a outra simplesmente diz “Você está errado, porque a diferença é que eu sou um defensor da justiça e os direitos humanos”. E onde estão as evidências disso? Qualquer bom argumentador sabe que evidência anedota tem valor zero como argumento. Não caia no truque de quem quer se vender como o bonzinho ou o sábio da história.



2- Apelo à ignorância: Essa é uma crença estimulada por “gurus” do pseudo-ceticismo, que acham que a Ciência um dia poderá responder todas as questões da humanidade e que “A única forma de se conseguir conhecimento é através do Método Científico”. A Ciência serve só para estabelecer relações quanto ao empírico, não servindo para julgamentos éticos, estéticos, metafísicos, lógicos e validação da matemática, etc. E, se a ciência é a única forma de conseguir conhecimento, sendo essa uma frase expressando uma forma de conhecimento também, qual é a evidência científica disso?


3- Distorção: Consiste em pegar partes do seu discurso e mudar o sentido do que foi dito. Por exemplo, quando alguém alega “NINGUÉM tem provas de que Deus existe” e você diz “É possível pensar que alguém possui provas da existência de Deus. Não entrevistamos todos para saber”. O próximo passo é distorcer o que você disse, pegando só a parte do discurso que interessa e manipulando, como: “Alguém possui provas da existência de Deus" –> "Ah é? Então prove essa sua alegação, babaca!”

4- Inversão de Planos: Tentar misturar os vários planos de conhecimento (cientifico, filosófico, teológico, etc.). Para discutir se Deus existe ou não, quer jogar no plano científico (quando o correto seria o filosófico). Quando quer comentar a Bíblia (plano teológico), pergunta porque devemos acreditar que Deus existe (discussão no plano filosófico, que já deveria ter sido feita anteriormente à discussão da Bíblia). E por aí vai.

5- Ridicularização e Ad Hominem: Quando falham todas as outras fraudes, o debatedor começa a te atacar pessoalmente (ad hominem) ou mencionar seus argumentos e crenças de modo irônico. Mantenha uma postura firme, aponte o dedo e mostre a desonestidade cometida pelo outro. Se você for moderador da comunidade, aproveite para advertir ou até expulsar.

Conclusões e considerações finais:

Este é um guia fácil, rápido e prático de se identificar fraudes intelectuais em um debate. Não perca seu precioso tempo com pessoas mal-intencionadas que já vão para o debate "certas de seu ponto de vista" e irredutíveis, afinal de contas, o verdadeiro ponto do debate é colocar suas ideias em questão ou discordar das demais, sempre tentando prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opiniões opostas, em outras palavras, é a troca de conhecimentos e a demonstração das inconsistências dos argumentos do oponente, claro, tudo isso sendo feito de forma HONESTA. Enfim, como já dizia um sábio amigo: Uma boa tática, em um debate público, seria visar às pessoas ao seu redor, e não o oponente como um só, pois é bem provável que este já esteja em posição de irredutibilidade quanto ao seu ponto de vista, mas, por outro lado, também é bem provável que as pessoas ao redor não possuam uma opinião formada, e mesmo que possuam, serão, com certeza, suscetíveis à mudança.

Referências:

https://projetoquebrandooencantodoneoateismo.wordpress.com/

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