O Argumento Ontológico Modal de Alvin Plantinga: O mais poderoso argumento a favor de Deus? (Análise)
by
Andrei
- agosto 31, 2013
O Argumento Ontológico de Alvin Plantinga.
O Argumento Ontológico, segundo Alvin Plantinga é uma versão
do argumento ontológico baseado na relação entre "mundos possíveis" e
"mundo real" com o conceito de um ser maximamente grande. Para melhor
entendimento, é necessário alguma noção de lógica modal. Este argumento é tido
hoje, por muitos, como a versão "vitoriosa" em relação as demais
versões do argumento já apresentadas. É também um dos mais poderosos argumentos
lógico-dedutivos a favor da existência de Deus. Ele basicamente tenta provar a
existência de Deus apenas com o auxílio do raciocínio abstrato, sendo também o mais
conhecido argumento teísta a priori, isto é, ele não é baseado em evidências, mas
tenta demonstrar, a partir do conceito do próprio "Deus", que este, necessariamente,
existe.
Devemos ter em mente que duas coisas são necessárias para que aceitemos que uma
determinada coisa possa existir: Ausência de incoerência e ausência de
contradições lógicas. Se algo é aparentemente coerente e não apresenta nenhuma
contradição lógica interna(como "solteiro casado" ou "círculo
com três ângulos"), então normalmente verificado pela não-quebra da Lei da Não-Contradição ou
de uma definição, então é razoável que aceitemos que essa coisa pode existir.
Como o conceito de um ser onipotente e onisciente não é nem incoerente e
tampouco ilógico, torna-se razoável que seja mesmo possível que Deus exista,
validando assim todo o argumento.
O argumento modal de Alvin Plantinga é provalvemente o melhor argumento para a
existência de Deus. Ele usa as leis da lógica modal que age semelhante a uma
prova matemática. Talvez seja por isso que muitas pessoas têm dificuldade em
entendê-lo e, por isso, o descartam logo de cara. Neste artigo, tentarei
articular o argumento de maneira que este seja facilmente compreendido. Se você
é um teísta, é importante entender tal argumento, pois UMA VEZ COMPREENDIDO
CORRETAMENTE, ele é IRREFUTÁVEL. E mesmo que você seja um ateu, também é
importante entendê-lo, para que não pareça um tolo ao compreende-lo de maneira
equivocada. Então, seu silogismo ficaria assim:
1- É POSSÍVEL QUE DEUS(UM SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTA.
2- SE É POSSÍVEL QUE DEUS(UM SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTA, ENTÃO DEUS(UM SER
MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE EM ALGUNS MUNDOS POSSÍVEIS.
3- SE DEUS(UM SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE EM ALGUNS MUNDOS POSSÍVEIS, ENTÃO
ELE EXISTE EM TODOS OS MUNDOS POSSÍVEIS.
4- SE DEUS(SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE EM TODOS OS MUNDOS POSSÍVEIS, ENTÃO
ELE EXISTE NO MUNDO REAL.
5- SE DEUS(SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE NO MUNDO REAL, ENTÃO DEUS(UM SER
MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE.
6- LOGO, DEUS(UM SER MAXIMAMENTE GRANDE) EXISTE.
Agora você, provavelmente, deve estar pensando que isso não faz absolutamente
sentido nenhum, visto que a lógica destas premissas aparentam ser inconsistentes.
Não se preocupe, pois iremos analisá-las de forma que possamos entendê-las.
Primeiramente, devemos entender o que são “mundos possíveis”. Nada mais
é do que uma SITUAÇÃO HIPOTÉTICA.
Geralmente é uma maneira dos filósofos testarem uma ideia para ver se é lógica,
indagando se ela existiria em um mundo possível semelhante ao nosso.
Contudo, a única coisa que as pessoas parecem não entender perfeitamente no
argumento é a forma pela qual Deus é definido. Alguns ateus dizem que apenas
estamos imaginando Deus como se ele existisse, como por exemplo, um "grupo
de ateístas sagazes" que afirmam a existência de um unicórnio mágico
somente por estabelecer que tal ser existe. Dito isso, eles concluem que o
argumento não funciona, o que é um erro grotesco!(Sabemos que um
unicórnio não poderia estar no lugar de Deus porque é um ser físico, portanto
impossível de ser a causa do universo de acordo com a cosmologia moderna).
Vamos analisar a forma de como Deus é entendido no argumento e como difere do
modo como definiríamos um unicórnio. Há três maneiras de definir um ser
ou entidade no Argumento Ontológico:
1- UMA ENTIDADE PODE SER IMPOSSÍVEL(ISTO É, UMA ENTIDADE QUE NÃO EXISTE EM
NENHUM MUNDO POSSÍVEL), COMO, POR EXEMPLO, UM CÍRCULO QUADRADO.
2- UMA ENTIDADE PODE SER CONTINGENTE, O QUE SIGNIFICA QUE ELA EXISTE EM ALGUNS
MUNDOS POSSÍVEIS, COMO POR EXEMPLO, O UNICÓRNIO. UM UNICÓRNIO PODERIA EXISTIR
EM ALGUNS MUNDOS POSSÍVEIS, MAS NÃO EM OUTROS.
3- E, POR ÚLTIMO, UMA ENTIDADE PODE SER NECESSÁRIA, O QUE SIGNIFICA QUE ELA
DEVE EXISTIR EM TODOS OS MUNDOS POSSÍVEIS.
Mas o que
queremos dizer ao afirmar que algo necessário deve existir em todos os mundos
possíveis? Exemplos de entidades necessárias são: Números, verdades absolutas e
definições de formas(figuras geométricas). Por exemplo, o numero 2: Ninguém o
criou, ele existe necessariamente. Ele simplesmente não pode não existir. Tome uma
definição geométrica como outro exemplo: Um quadrado deve ter quatro lados. Um
quadrado não pode existir com apenas três lados, porque isso seria logicamente
incoerente em qualquer mundo possível. Então uma entidade necessária é algo que
não pode ser falso ou falhar em existir em qualquer mundo possível.
Consequentemente, ela tem que existir necessariamente em TODOS OS MUNDOS
POSSÍVEIS.
Então quando falamos de Deus nesse argumento, estamos dizendo que, se ele
existe, ele teria que ser uma entidade necessária, porque Deus é definido como
um ente de GRANDEZA MÁXIMA. Logo, se Deus é concebido como um ser de GRANDEZA MÁXIMA, (isto é, um ser que é maximamente excelente em todos
os mundos possíveis), então sua existência ou é necessária ou
impossível, independentemente da nossa incerteza do ponto de vista
epistemológico. Imagine ver alguma equação matemática extraordinariamente difícil
escrito na lousa. Se for além da nossa capacidade de compreender,
podemos dizer que é possível que a equação seja verdadeira e é possível
que ela seja falsa. Mas, assim, meramente confessamos nossa incerteza
epistêmica relativa ao valor de verdade da equação. Como uma questão
matemática, a própria equação ou é necessariamente verdadeira ou
necessariamente falsa. Nós simplesmente não sabemos qual. Mas se for
verdade, é necessariamente verdade, e, portanto, não é possível que ela
seja falsa. E se ela for falsa, então é necessariamente falsa, e,
portanto, não é possível que seja verdade. A necessidade de existência
de Deus não é uma propriedade justamente porque não se infere
simplesmente a existência de tal ser a partir de sua definição.
Infere-se a sua existência a partir da possibilidade de que tal ser
exista.
Agora, observando
melhor os termos que vimos anteriormente, Se Deus fosse contingente, ele não
seria um ente de grandeza máxima, porque ele existiria em apenas alguns mundos
possíveis, o que seria menor do que se ele existisse em todos os mundos
possíveis. Uma curiosidade é que a ideia de Deus ser necessário é consistente
com as Escrituras. Quando os céticos tentam refutar o argumento ontológico utilizando uma premissa na qual Deus é substituído por um unicórnio, eles
tentam definir Deus da mesma forma que se define um ente contingente. Enquanto
que, quando usamos Deus no Argumento Ontológico, queremos dizer que Deus é
maior do que as entidades contingentes, pois ele é de grandeza máxima. E tudo
aquilo que é de grandeza máxima DEVE SER UM ENTE NECESSÁRIO, pois, caso
contrário, não seria um ente de grandeza máxima. Então, uma vez entendido a
forma como Deus é definido no argumento, vamos voltar às premissas:
Premissa 1: É possível que Deus, um ente de grandeza máxima e necessária,
exista.
Premissa 2: Se é possível que um ente de grandeza máxima exista, então tal ente
de grandeza máxima existe em alguns mundos possíveis.
Premissa 3: Se um ente de grandeza máxima existe em alguns mundos possíveis,
então um ente de grandeza máxima existe em todos os mundos possíveis.
Lembre-se: Se um ente de grandeza máxima existe, então ele deve ser uma
entidade necessária, pois uma entidade contingente(isto é, que existe apenas em
alguns mundos possíveis) não pode ser de grandeza máxima.
Premissa 4: Se um ente de grandeza máxima existe em todos os mundos possíveis,
então o ente de grandeza máxima existe no mundo real, uma vez que o mundo real
é contado como um dos mundos possíveis.
Premissa 5: Se um ente de grandeza máxima existe no mundo real, então um ente
de grandeza máxima existe.
Premissa 6: Um ente de grandeza máxima existe.
Então, se sente convencido? Na verdade não, né? Mas o que sumariza a questão
não é a maneira como você se sente, mas sim a maneira como é logicamente
coerente. Agora que,
felizmente, você sabe como Deus é definido no argumento, você pode entender
como o Argumento Ontológico Funciona. Há objeções ao argumento? Sim, mas apenas
na premissa 1, uma vez que as demais premissas são apenas deduções
lógica-modais incontroversas. A única maneira dos céticos desmerecerem este
argumento é mostrar que a existência de um ente de grandeza máxima é(logicamente)
impossível. O modo mais comum de se tentar isso é com o "PARADOXO DA
ONIPOTÊNCIA", que é comumente apresentado da seguinte forma:
"Deus pode criar uma pedra tão pesada que nem ele mesmo possa movê-la? Se Deus
não pode criá-la, então ele não é todo-poderoso, mas se ele conseguir criá-la,
então ele também não é todo-poderoso. Segue-se então que a ideia de Deus é
impossível."
Porém, conforme refutamos aqui no blog, esta ideia é um absurdo lógico sem
tamanho. Lembrando que a definição de onipotência é fazer tudo aquilo que está
dentro da LÓGICA. “Mas por que Deus não pode fazer coisas ilógicas? Ele não é
todo poderoso?” Nós precisamos entender que a lógica é derivada da ordem e, sem
a ordem, nada faz sentido, incluindo a existência. Portanto, é inconcebível
utilizar absurdos lógicos para tentar contestar a existência de Deus. Porque se
absurdos lógicos governam sozinhos um mundo juntamente com Deus, então,
essencialmente, nada nesse mundo poderia existir(seria logicamente impossível).
Se um lado usa a lógica para provar a existência de Deus, o outro lado não pode
sair do âmbito da lógica para contestar a existência de Deus. Lembrando que
este não é um argumento de fácil entendimento, portanto, sugiro que leiam até
que entendam por completo. Logo abaixo estarei refutando as supostas objeções
ao argumento.
Observação importante: Esse argumento não supõe que a existência seja uma
propriedade, que é uma das objeções mais comuns. Alvin Plantinga demonstra isso
na sua própria versão do argumento. Agora, se você não sabe muito sobre o
Argumento Ontológico Modal, eu recomendo que você pare aqui e leia tudo novamente. Porém se você já
entendeu esta versão do Argumento Ontológico, você sabe que eu não preciso
provar que Deus existe. Tudo o que eu preciso fazer é defender a premissa 1 do
Argumento Ontológico, porque as outras quatro premissas apenas seguem
modal-logicamente e não são contestáveis. Portanto, tudo o que eu preciso
mostrar é a possibilidade lógica de um ente de grandeza máxima existir. Com
isso fora do caminho, vamos às objeções.
Objeções ao Argumento Ontológico (Análise e Refutação)
Paradoxo da Onipotência
Já refutado aqui no blog(ver artigo do paradoxo da pedra).
Problema Lógico
do Mal
Já refutado aqui no blog(ver artigo do problema do mal).
Problema da
Imperfeição
Já refutado aqui no blog(ver artigo “Pode um ser perfeito criar o imperfeito?”).
Evidência
Empírica
Simples erro metodológico. Deus é um ser metafísico, portanto não pode ser
evidenciado pelo método empírico.
Argumento
Ontológico Reverso
É basicamente o Argumento Ontológico ao contrário, onde nega-se a existência de
Deus em todas as premissas do argumento. Então, segundo as premissas, ele
conclui que um ente maximamente grande não pode existir. Vamos observar como
ficaria o Argumento Ontológico reverso em forma de silogismo:
1- É possível que Deus(um ser
maximamente grande) NÃO exista.
2- Se é possível que Deus(um ser maximamente grande) NÃO exista, então Deus(um
ser maximamente grande) NÃO existe em alguns mundos possíveis.
3- Se Deus(um
ser maximamente grande) NÃO existe em alguns mundos possíveis, então ele NÃO existe
em todos os mundos possíveis.
4- Se Deus(ser
maximamente grande) NÃO existe em todos os mundos possíveis, então ele NÃO existe
no mundo real.
5- Se Deus(ser maximamente grande) NÃO existe no mundo real, então Deus(um ser
maximamente grande) NÃO existe.
6- Logo, Deus(um
ser maximamente grande) NÃO existe.
Inicialmente
parece lógico, mas o erro logo aparece na premissa 2, porque precisamos lembrar
que a ideia de um ente de grandeza máxima não se mostrou incoerente.
Consequentemente, a ideia é coerente e não contei absurdos ilógicos. Sendo
assim, um ente de grandeza máxima não é impossível e pode existir em alguns
mundos possíveis. Portanto, se é possível que um ente de grandeza máxima NÃO EXISTA em alguns
mundos possíveis, então deve ser demonstrado como logicamente absurdo antes de
terminar a premissa 2. Além do mais, a conclusão desse argumento é de que a
grandeza máxima é impossível. Mas o Argumento da Perfeição Modal desenvolvido
por Robert Maydole estabelece que a grandeza máxima é uma propriedade possível.
Eis a explicação do argumento:
1- Se uma
propriedade é uma "propriedade que torna mais excelente", sua negação
é uma "propriedade que o torna menos excelente".(Faz sentido até
aqui)
2-
"Propriedades que tornam mais excelente" não implicam logicamente
"propriedades que tornam menos excelente".(Faz sentido, pois como
poderia uma "propriedade que torna mais excelente" ser uma
"propriedade que torna mais excelente" se exigisse falhas?)
3- A
grandeza máxima é a maior(mais excelente) de todas as "propriedades que
tornam mais excelente", consequentemente a grandeza máxima não pode
implicar sua negação de não-(grandeza máxima).
Observação:
A premissa 3 é importante, porque na lógica modal, é perfeitamente razoável
para uma propriedade que é logicamente impossível implicar o seu oposto.
Observe, por exemplo, a circularidade quadrada. Uma vez que a
"circularidade quadrada" é uma propriedade impossível, então todas as
coisas devem negar a "circularidade quadrada", o que significa que
tudo implica a "não-circularidade quadrada". Mas uma vez que tudo
implica a "não-circularidade quadrada", então nós devemos incluir
todas as propriedades impossíveis também, o que significa que "a
circularidade quadrada" implica logicamente a "não-circularidade
quadrada". Então, se nós
concluíssemos que a grandeza máxima é uma propriedade impossível, então todas
as coisas devem negar a grandeza máxima. Portanto, todas as coisas implicam necessariamente
a não-grandeza máxima, incluindo as propriedades impossíveis, tais como a grandeza
máxima. Portanto, a grandeza máxima implica a não-grandeza máxima.
Mas olhando
novamente o Argumento da Perfeição Modal, vemos que a grandeza máxima não pode
implicar o seu oposto, porque "propriedades que tornam excelentes"(tal
como a grandeza máxima) não pode ser "propriedades que tornam
excelentes" e ao mesmo tempo implicar falhas de "propriedades que
tornam menos excelente". Isso seria logicamente absurdo! Além disso, a
grandeza máxima é perfeição, e se essa perfeição é logicamente absurda, então
não podemos definir adequadamente coisas como "mal",
"ódio" ou "ignorância" como imperfeições. Ou seja, alguém poderia definir a ignorância como uma "propriedade que torna mais
excelente", ao lado da inteligência, o que seria incoerente. Portanto, se
a grandeza máxima é uma propriedade possível, então em alguns mundos possíveis
há um ser com grandeza máxima. E, pela lógica modal, é demonstrado que o ente
de grandeza máxima existe.
Seres
físicos maximamente grandes
Essa
tentativa consiste em afirmar, através da mesma lógica modal, que um ente
físico de máxima grandeza poderia existir, como por exemplo, um unicórnio de
grandeza máxima. Mas o problema nisso é que entes físicos requerem espaço para
existir. E a cosmologia moderna ensina que toda a matéria outrora existiu como
uma singularidade e nenhum ser físico poderia existir em tal estado. Consequentemente,
entes físicos não podem ser de grandeza máxima, pois houve um tempo e espaço
que existiram sem(e independentes de) entes físicos. Há uma objeção similar que
é aquela que afirma que poderia existir outros entes de grandeza máxima, tais
como entes causados que existem juntamente com Deus(Thor, Rá, Osíris, Ísis,
Zeus etc). Porém, se concluirmos que um ente de grandeza máxima existe, também
vamos concluir que pode existir apenas UM ente de grandeza máxima. Porque se
vários entes fossem onipotentes, haveria um conflito de vontades. Se um ente
onipotente em um mundo possível criasse unicórnios, outro ente onipotente, no
mesmo mundo possível, poderia tornar impossível a existência de unicórnios, o
que geraria um absurdo lógico.Então, pode haver APENAS UM ENTE ONIPOTENTE, que
chamamos de Deus.
Mas como podemos saber se esse ente onipotente é totalmente bom e não
totalmente mau? Tal como diz o argumento de que Deus é realmente um sádico
cósmico? C.S. Lewis
mostrou que é logicamente impossível alguém ser mau apenas por maldade. Na
realidade, não temos experiência de alguém que é mau apenas por ser mau. O mais
próximo disso seria a crueldade. Mas, na realidade, as pessoas são cruéis
apenas para ganhar algo, tal como poder, prazer ou segurança. Mas essas
coisas(poder, prazer e segurança) não são ruins, são coisas boas de se possuir.
A maldade consiste em buscá-las com motivos errados ou da forma errada. Quando
você examina ao fundo, o mal não é nada mais do que a busca por algo bom de uma
maneira errada. Agora, diferente do mal, você pode ser bom por amor à própria bondade. Você pode realizar um ato de bondade, mesmo que isso não te dê prazer,
simplesmente porque é o CERTO a se fazer. Mas ninguém
pode ser mau simplesmente porque a crueldade é má, ou ser mau sem ganhar algo
bom. Em outras palavras, a maldade não consegue sequer ser má como a bondade é
boa. A bondade, por assim dizer, é ela mesma, ao passo que a maldade é apenas o
bem pervertido. E, para que haja uma perversão, é preciso que antes haja uma
perfeição.
C.S. Lewis indica que o criador do Universo deve ser moralmente perfeito,
porque o mal não pode existir por si mesmo, já que é sempre uma perversão do
bem. Consequentemente, Deus deve ser o "Deus do amor" para que possa
existir ou criar alguma coisa. Mas espere! Isso apresenta outro problema, pois
se o mal não é essência de Deus, então deve ser o amor. Mas como Deus pode ser
necessariamente amoroso? Pois o amor é uma ação que é expressa por duas
pessoas. E Deus é o único ser que existia por si mesmo antes de criar qualquer
pessoa, então Deus não pode ser amoroso em todos os mundos possíveis, uma vez
que houve um tempo e espaço quando ele não podia amar pessoa alguma além de si
mesmo. Sendo assim, ele não pode ser de grandeza máxima ou um criador amoroso.
Bem, eu não sei como as outras religiões podem responder a isso, mas no
Cristianismo, nós sabemos que Deus se revelou com um Deus trino, um único ser
com TRÊS pessoas coexistindo juntas. Consequente, o Deus trinitariano da Bíblia
pode ser um Deus de amor, porque cada membro da Trindade ama e precisa do
outro. Dessa forma, se Deus é multipessoal, ainda é possível que ele exista:
E se é possível que ele exista, então DEUS existe em alguns mundos possíveis.
E se Deus existe em alguns mundos possíveis, então ele existe em TODOS os
mundos possíveis.
O que significa que Deus existe no mundo real, e se Deus existe no mundo real,
então o DEUS TRINO DA BÍBLIA EXISTE!
Conclusão e considerações finais
O argumento Ontológico Modal de Alvin Plantinga é um argumento relativamente difícil de se entender, principalmente porque ele funciona como uma prova matemática. Não compreendê-lo de primeira é normal, pois ele requer uma releitura minuciosa e bastante atenção. É de EXTREMA IMPORTÂNCIA estudá-lo de forma que seu entendimento fique bem claro, pois é, em minha opinião, um dos MAIS PODEROSOS argumentos para a existência de Deus, e é praticamente IMPOSSÍVEL de refutá-lo. Lembrem-se que não é qualquer um que vai entender o argumento, portanto sugiro que não o utilizem muito em debates, pois muitos neo-ateus vão apenas ridicularizá-los por não entenderem o argumento. Seria interessante também estudar um pouco de lógica modal. Com relação à utilização do argumento, somente usem-no com ateístas sofisticados. No mais, creio que consegui lhes passar uma boa base e uma noção sobre o Argumento Ontológico Modal de Alvin Plantinga. Estudem-no e debatam!
O argumento Ontológico Modal de Alvin Plantinga é um argumento relativamente difícil de se entender, principalmente porque ele funciona como uma prova matemática. Não compreendê-lo de primeira é normal, pois ele requer uma releitura minuciosa e bastante atenção. É de EXTREMA IMPORTÂNCIA estudá-lo de forma que seu entendimento fique bem claro, pois é, em minha opinião, um dos MAIS PODEROSOS argumentos para a existência de Deus, e é praticamente IMPOSSÍVEL de refutá-lo. Lembrem-se que não é qualquer um que vai entender o argumento, portanto sugiro que não o utilizem muito em debates, pois muitos neo-ateus vão apenas ridicularizá-los por não entenderem o argumento. Seria interessante também estudar um pouco de lógica modal. Com relação à utilização do argumento, somente usem-no com ateístas sofisticados. No mais, creio que consegui lhes passar uma boa base e uma noção sobre o Argumento Ontológico Modal de Alvin Plantinga. Estudem-no e debatam!